A Herdade de Muge, propriedade da Casa Cadaval e Membro Fundador da Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo fica situada na margem esquerda do rio Tejo, a 80 quilómetros para norte de Lisboa possui 5400 hectares, 50 deles de vinha, cerca de 1700 de área agrícola, com hortícolas, arroz, tomate, cereais, e perto de 3500 de montado de sobro e floresta. Há ainda o gado bovino, com 800 animais de raça mertolenga, e a coudelaria, com cerca de 60 animais, entre garanhões, éguas reprodutoras e poldros, todos de raça lusitana.
É um mundo imenso, tanto em dimensão como em história. Vamos fazer um breve resumo da história da família proprietária da Casa Cadaval.
Descendente de uma família aristocrata italiana, Olga Maria Nicolis di Robilant foi enfermeira durante a I Guerra Mundial, altura em que conheceu o português António Caetano Álvares Pereira de Melo, marquês honorário de Cadaval. O casamento realizou-se em Julho de 1926, em Veneza, e três anos depois o casal veio para Portugal.
Quando o marido morreu, em 1939, a Marquesa Olga Cadaval, que deu nome ao centro cultural de Sintra, procurou colaboradores que a ajudassem a tratar da herdade e foi desta forma que chegou ao Ribatejo um técnico francês que foi um dos primeiros enólogos da Casa Cadaval. Foi também a marquesa que trouxe para Portugal a fábrica de arroz, que funcionou na propriedade até 1975.
Hoje quem está à frente da Casa Cadaval é a sua neta, a Condessa Teresa Schönborn filha de Graziela Álvares Pereira de Melo e do conde alemão Karl von Schönborn, viticultor na região do Reno. O actual enólogo, David Ferreira, um jovem também nosso confrade.
A casa histórica que foi da rainha D. Leonor, entrou no dote de D. Nuno Álvares Pereira de Melo, primeiro duque de Cadaval, pelo seu casamento com Maria de Faro, filha dos condes de Odemira, e pertence aos Cadaval desde 1648.
Desde 1990 que a Casa Cadaval aposta no turismo e oferece um conjunto de actividades que vão do programa “Um Dia no Ribatejo” (com saída de barco para um passeio pelo Tejo, visita à adega e prova de vinhos, almoço na herdade e visita à propriedade em tractor ou jipe) a “Um Dia com o Cavalo Lusitano” (que inclui almoço feito pelas cozinheiras da herdade e baptismo equestre). Ou, noutros programas, uma “Demonstração Equestre”, um “Passeio da Tractor pela Herdade de Muge” (mínimo 20 pessoas), “Provas de Vinho” (mínimo quatro pessoas), participação nas vindimas e visita ao sítio arqueológico dos concheiros de Muge. Há ainda actividades de caça e pesca e observação de aves, podendo-se optar por uma combinação de vários dos programas disponíveis. E existe à entrada uma loja para venda dos vinhos da herdade.